Messi acorda no fim, mistão dá conta do recado, e Argentina pega o México
Com braçadeira de capitão e figurino que Maradona vestiu em 1994 e 1986, camisa 10 mantém o jejum de gols, mas ajuda a bater a Grécia por 2 a 0
Os gols saíram dos pés de Demichelis – justo ele, criticado por lambanças anteriores – e Palermo, que entrou no segundo tempo. Bem marcado, Messi demorou para justificar as coincidências com Maradona. Ganhou a braçadeira que vinha sendo usada por Mascherano e não chegou a repetir atuações históricas como a de seu atual técnico no Mundial do México, em 1986, com o gol de placa e a Mão de Deus que completam exatos 24 anos nesta terça. Naquela ocasião, a Argentina também jogou de azul, contra uma Inglaterra que vestia branco feito os gregos de agora.
Maradona contra a Grécia em 1994, Messi contra a Grécia em 2010: 16 anos separam os capitãesA Argentina termina a primeira fase com nove pontos, três vitórias, sete gols marcados e apenas um sofrido. No outro jogo do grupo B, Coreia do Sul e Nigéria fizeram uma disputa dramática e empataram em 2 a 2. Melhor para os coreanos, que avançam em segundo lugar, com quatro pontos, para encarar o Uruguai. Gregos, com três, e nigerianos, com um, estão fora da Copa.
Antes de a bola rolar em Polokwane, um momento família. Carlitos Tevez, que não jogou, foi até a torcida e pegou a filha no colo. Dentro do gramado, virou a menina de cabeça para baixo, a colocou nas costas, caminhou de mãos dadas e se divertiu como se estivesse no quintal de casa.
Do outro lado, o técnico Otto Rehhagel não queria saber de brincadeira. Ainda confiante na classificação, ele não se expôs diante do time B de Don Diego: deixou Samaras solitário no ataque e armou sua retranca, com Sokratis na cola de Messi.
Se a intenção dos gregos era amarrar o jogo, o primeiro tempo foi um sucesso: pouca coisa aconteceu no gramado. Os primeiros lances de perigo só vieram aos 17 minutos, quando o goleiro Tzorvas fez duas boas defesas em chutes de Agüero (dentro da área) e Verón (fora dela).
Papadopoulos e o algodão na boca (Foto: Reuters)Como a Grécia não incomodou durante todo o primeiro tempo, a Argentina resolveu agir. Tudo bem que as duas melhores chances só vieram aos 45 minutos. Primeiro com Máxi Rodriguez, que recebeu livre na área e bateu para a defesa de Tzorvas. O goleiro apareceu de novo logo em seguida, espalmando para escanteio um chute de Messi, que deu um corte seco no zagueiro e bateu de fora da área.
Na saída para o intervalo, Maradona parecia bravo. Ao contrário dos dois primeiros jogos, quando cumprimentou todos os jogadores, caminhou direto para o túnel com cara de poucos amigos.
Logo no segundo minuto da etapa final, Demichelis deixou o Pibe mais zangado ainda. Após falhar grosseiramente no gol da Coreia do Sul na rodada passada, o camisa 2 caiu sentado em disputa de bola com Samaras, que recebeu lançamento longo, passou pelo zagueiro, invadiu a área e bateu cruzado, rente à trave de Romero. Do lado de fora, Maradona só cruzava os braços.
Demichelis corre e beija a camisa para festejar seu gol: zagueiro mostrou superação (Foto: Getty Images)A torcida argentina, maioria entre os 38.891 presentes no estádio Peter Mokaba, se empolgou. Mas os hermanos só voltaram a ter uma chance dez minutos depois. A antepenúltima de Messi. Em uma falta de longe, o camisa 10 bateu bem, e Tzorvas salvou.
O técnico abraça Palermo após o gol marcadopelo atacante no fim do jogo (Foto: Getty Images)
Aos 32, enfim, o gol argentino. Messi cobrou escanteio da esquerda, e Demichelis se redimiu das lambanças. Ele cabeceou, a bola bateu no braço de Diego Milito e voltou para o zagueiro, que encheu o pé: 1 a 0, 100% de aproveitamento. A torcida pediu “vamos, vamos”, e a Argentina foi.
Messi ainda teve mais duas oportunidade. Uma aos 40, resultado de uma tabelinha com Di Maria e um chute de fora da área que explodiu na trave. Depois, aos 43, costurou de novo a defesa adversária e bateu para mais uma defesa de Tzorvas. Desta vez, a Jabulani sobrou redonda para Martin Palermo. O atacante empurrou para dentro e fechou o placar em 2 a 0. Messi não balançou a rede, mas ao menos justificou a braçadeira que carregava no braço.
Maradona vai ao chão: terceira vitória na Copa e classificação invicta para as oitavas (Foto: Getty Images)| Tzorvas, Kyrgiakos, Vyntra, Papadopoulos e Torosidis (Patsa); Moras, Tziolis, Sokratis, Karagounis (Spyropoulos) e Katsouranis (Ninis); Samaras. | Romero, Burdisso, Otamendi, Demichelis e C. Rodriguez; Bolatti, Verón e Máxi Rodriguez (Di Maria); Messi, Agüero (Pastore) e Milito (Palermo) |
| Técnico: Otto Rehhagel | Técnico: Diego Maradona |
| Gols: Demichelis, aos 32, Palermo, aos 43 do segundo tempo. | |
| Cartões amarelos: Katsouranis, aos 29 do primeiro tempo, Bolatti, aos 31 do segundo. | |
| Estádio: Peter Mokaba (em Polokwane). Data: 22/6/2010. Horário: 15h30m. Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão). Assistentes: Bakhadyr Kochkarov (Quirguistão) e Rafael Ilyasov (Uzbequistão). | |

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